Site oficial do “UNICEF” cita João Câmara como referência no tratamento da sífilis congênita

Nos últimos anos, o Brasil vive um aumento no número de casos de sífilis congênita – passada de mãe para filho – registrados no País. De acordo com último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram notificados 24.666 casos em 2017, um aumento de 16,4% com relação ao ano anterior.

O aumento nos números está relacionado a diversos fatores, como a ampliação da cobertura de testagem, o aprimoramento do sistema de vigilância e notificação, a redução do uso de preservativo, entre outros. Mas uma coisa é fato: é preciso olhar com atenção para os casos de sífilis em gestantes e tomar as medidas necessárias para garantir a saúde de mulheres e bebês.

Uma dessas mulheres é Maria de Fátima Ferreira de Araújo, moradora de João Câmara (RN). Em 2017, a jovem contraiu a sífilis um pouco antes de engravidar, e teve todo o apoio do município para cuidar de sua saúde e da saúde da bebê.

Maria de Fátima e suas sete irmãs começaram a trabalhar cedo, por conta das dificuldades financeiras da família. Aos 14 anos, ela já fazia trabalhos de babá nos finais de semana. Aos 19 anos, tornou-se técnica de enfermagem e passou a trabalhar em um dos postos de saúde da cidade.

A experiência diária e o conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não a impediram de contrair a sífilis. Maria de Fátima aprendeu a realizar as testagens rápidas para HIV, hepatite B e C e sífilis em pacientes e também fazia checagens anuais da própria saúde. Em um desses exames de rotina, descobriu que havia contraído a infecção.

Assim que foi diagnosticada, começou o tratamento – três semanas tomando doses de penicilina no posto de saúde. Quando se curou da sífilis, veio a notícia: estava grávida.

Foi um susto e Maria de Fátima teve receio pela saúde da bebê. Sendo acompanhada de perto pelos agentes de saúde, a jovem passou pelo seis atendimentos pré-natais e outros três, de acompanhamento extra. Nessas consultas, eram realizados exames específicos relacionados à sífilis.

A menos de trinta dias do parto, um alerta: o exame de sífilis deu positivo novamente. Como faltava pouco para o nascimento da bebê, era preciso acompanhar o caso de perto para garantir que ela não adquirisse a doença.

Na hora do parto, a rede municipal encaminhou Maria de Fátima para um hospital em Natal, capital do Estado, onde havia mais estrutura para os primeiros atendimentos. “Fomos bem conscientes para o hospital, com malas para passar dez ou mais dias lá. Por conta do último exame ter dado reagente, minha filha teria de realizar o tratamento”, explica a jovem.

FONTE: SITE UNICEF