Site oficial do “UNICEF” cita João Câmara como referência no tratamento da sífilis congênita
abr
19
2019
Nos últimos anos, o Brasil vive um aumento no número de
casos de sífilis congênita – passada de mãe para filho – registrados no País.
De acordo com último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram
notificados 24.666 casos em 2017, um aumento de 16,4% com relação ao ano
anterior.
O aumento nos números está relacionado a diversos
fatores, como a ampliação da cobertura de testagem, o aprimoramento do sistema
de vigilância e notificação, a redução do uso de preservativo, entre outros.
Mas uma coisa é fato: é preciso olhar com atenção para os casos de sífilis em
gestantes e tomar as medidas necessárias para garantir a saúde de mulheres e
bebês.
Uma dessas mulheres é Maria de Fátima Ferreira de Araújo, moradora de João Câmara (RN). Em 2017, a jovem contraiu a sífilis um pouco antes de engravidar, e teve todo o apoio do município para cuidar de sua saúde e da saúde da bebê.
Maria de Fátima e suas sete irmãs começaram a trabalhar
cedo, por conta das dificuldades financeiras da família. Aos 14 anos, ela já
fazia trabalhos de babá nos finais de semana. Aos 19 anos, tornou-se técnica de
enfermagem e passou a trabalhar em um dos postos de saúde da cidade.
A experiência diária e o conhecimento sobre infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs) não a impediram de contrair a sífilis. Maria
de Fátima aprendeu a realizar as testagens rápidas para HIV, hepatite B e C e
sífilis em pacientes e também fazia checagens anuais da própria saúde. Em um
desses exames de rotina, descobriu que havia contraído a infecção.
Assim que foi diagnosticada, começou o tratamento – três
semanas tomando doses de penicilina no posto de saúde. Quando se curou da
sífilis, veio a notícia: estava grávida.
Foi um susto e Maria de Fátima teve receio pela saúde da bebê. Sendo acompanhada de perto pelos agentes de saúde, a jovem passou pelo seis atendimentos pré-natais e outros três, de acompanhamento extra. Nessas consultas, eram realizados exames específicos relacionados à sífilis.
A menos de
trinta dias do parto, um alerta: o exame de sífilis deu positivo novamente.
Como faltava pouco para o nascimento da bebê, era preciso acompanhar o caso de
perto para garantir que ela não adquirisse a doença.
Na
hora do parto, a rede municipal encaminhou Maria de Fátima para um hospital em
Natal, capital do
Estado, onde havia mais estrutura para os primeiros atendimentos. “Fomos bem
conscientes para o hospital, com malas para passar dez ou mais dias lá. Por
conta do último exame ter dado reagente, minha filha teria de realizar o
tratamento”, explica a jovem.
Assis Silva
Jornalista – DRT 1652 – Começou na imprensa local através do jornal A Cidade, foi redator-noticiarista das rádios Baixa verde AM. Líder FM e TOP FM, editor e redator de vários jornais regionais e locais ao longo de 30 anos de profissão. Em 2007 criou o 1º blog da região campeão em acessos diários. Fone para contato: 84 9 9610 - 9977