‘Governo interveio no PASDB’ diz senador tucano

O senador tucano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do Senado, disse que a destituição de Tasso Jereissati do posto de presidente interino do PSDB tem as digitais de Michel Temer. “O governo interveio no partido”, disse Cássio ao blog. “Isso é muito grave. Terá uma consequência interna, que é o fortalecimento da candidatura de Tasso ao comando do partido. E repercutirá além das fronteiras do PSDB. Vai sacudir o cenário político.”

Cássio declarou-se “surpreso” com o gesto de Aécio Neves. Licenciado da presidência da legenda, ele retornou ao posto apenas para interromper a interinidade de Tasso, repassando-a para o ex-governador paulista Alberto Goldman. Trata-se de um tucano ligado ao senador José Serra e ao ministro Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty), ambos de plumagem governista. Goldman comandará o PSDB até a convenção nacional marcada para o dia 9 de dezembro.

“Ficaremos muito atentos aos métodos que o governo vai utilizar”, declarou Cássio, preocupado com os rumos da convenção partidária. “Na política, pode-se ganhar ou perder. Mas essa intervenção do governo no PSDB não é prenúncio de boa coisa. Esse governo já demonstrou que é capaz de usar todos os métodos —os ortodoxos e os hererodoxos.”

Cássio acrescentou: “Não admitiremos passivamente a compra de convencionais, a pressão sobre governadores por meio de convênios, a tentativa de influenciar o voto com a oferta de empregos e vantagens. A essa altura, não é possível estimular essa pedagogia do atraso.”
Josias de Souza