Venda de remédios aumenta; especialistas alertam para risco de automedicação

A ida do brasiliense à farmácia aumentou no último ano. Ao contrário de muitos negócios que diminuíram o ritmo por conta da pandemia, o setor farmacêutico registrou resultados positivos. Segundo um estudo do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o segmento no Brasil cresceu 16,2% nos últimos 12 meses, comparado aos 12 meses anteriores.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma), Francisco Messias Vasconcelos, o cenário nacional de aumento de vendas se repetiu na capital federal. Em 2020, o setor observou crescimento de cerca de 25% das vendas no DF e, para o presidente, a corrida às farmácias causada pela preocupação das pessoas com a covid-19 teve influência no rendimento. “No início da pandemia, alguns produtos estavam em falta nas farmácias, mas tudo que chegava era vendido; restava muito pouco nas lojas”, avalia.

O contexto das vendas do setor neste ano, no entanto, não tem seguido o patamar positivo de 2020 — a queda nas receitas em 2021 está em torno de 25%, ou seja, os níveis de faturamento das farmácias no Distrito Federal está no mesmo valor do arrecadado antes da pandemia. A explicação para a diminuição, segundo Francisco Messias, também está na crise sanitária. “Hoje, temos percebido redução nas vendas e sobra de estoques. O desemprego aumentou bastante no DF. Muitas empresas fecharam durante a pandemia e outras retomaram o ritmo lentamente, e a contratação ainda está devagar. Povo sem renda, comércio sem renda”, conclui o presidente do sindicato.

A empresária Lívia Cardoso de Faria, 32 anos, tem uma farmácia no Núcleo Bandeirante há seis meses. Trabalhando no setor desde 2017, Lívia conta que a procura por medicamentos aumentou. “O consumo de multivitamínicos e ivermectina foi disparado”, diz. “Também cresceu bastante a venda de analgésicos e ansiolíticos”, destaca.

Correio Braziliense