Desgastado, Bezerra tem liderança do governo ameaçada por Alcolumbre

A conclusão de um inquérito da Polícia Federal complica a situação do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) como líder do governo no Senado. As acusações da Polícia Federal, somadas a outros desgastes, tornam incerta a permanência do emedebista na liderança.

Nos últimos dias, cresceram rumores no Congresso sobre uma eventual substituição de Bezerra por outro senador. O nome mais lembrado para o cargo é o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Acusado de ter recebido, junto com seu filho, o deputado Fernando Filho (DEM-PE), R$ 10,4 milhões em propina de três empreiteiras entre 2012 e 2014, Bezerra fez um desabafo na reunião da CPI da Covid, alegando inocência e criticando “excessos” das investigações.

A atuação do senador na defesa do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Covid não tem agradado ao Palácio do Planalto. O Congresso em Foco Insider ouviu de fontes ligadas a Bolsonaro que há uma articulação para tentar derrubar Bezerra do cargo.

Na semana passada, o senador não participou das reuniões da CPI em que foram ouvidas as médicas Nise Yamaguchi e Luana Araújo. Nise defendeu o uso do chamado kit-covid, com remédios ineficazes contra o vírus, e Luana revelou que foi desconvidada para o cargo de secretária no Ministério da Saúde por decisão política. Ela criticou duramente o “tratamento precoce”.

O principal defensor do governo nos dois depoimentos foi o senador Marcos Rogério (DEM-RO). “É uma coisa do meu perfil. Estou sendo atacado pela militância por isso”, disse Rogério ao Insider. Outro senador observa que a CPI deixou o líder do governo em uma “saia justa” devido à sua proximidade com o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), crítico ferrenho de Bolsonaro. Segundo o parlamentar, que pediu anonimato, a liderança seria uma recompensa a Davi Alcolumbre por sua lealdade ao governo durante sua gestão.

Fonte: Congresso em Foco