RN tem mais de 71 mil empresas endividadas, aponta Serasa

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.

No Rio Grande do Norte, 71.599 empresas apareceram com pelo menos uma conta atrasada no mês de janeiro, segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Pelo levantamento, o RN é o sexto em número de negócios nessa situação na região Nordeste e o nono em nível nacional.

No Nordeste, foram registrados 1.105.674 negócios com contas atrasadas, estando a Bahia (BA) com o maior número de registros (312.999) e o Piauí na ponta (43.956). Entidades que representam o setor produtivo apontam que a inadimplência afeta o desenvolvimento econômico e põe os negócios em risco.

O endividamento das empresas é grave tanto para o desenvolvimento econômico quanto para as famílias, porque diminui o consumo, fazendo cair as vendas de produtos e serviços e, por consequência, o poder de geração de ocupação e renda das empresas.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, diz que isso é preocupante. “Inadimplência é reflexo de que pessoas perderam o crédito, deixaram de comprar. Com isso, a movimentação de venda diminuiu e isso é péssimo. Não nos anima do ponto de vista empresarial porque é um indicativo de que nós estamos com a ‘doença do crédito’ e esse crédito, quando está abalado, interfere diretamente no resultado de venda”, diz ele.

Sob a mesma ótica, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, diz que o aumento do endividamento põe em risco a própria existência dos empreendimentos,. “Esse podem, em situações extremas, colapsar a ponto de ter que fechar suas portas, impactando severamente, mais uma vez, a geração de oportunidades”, comenta.

Ele diz que reduzir o endividamento das empresas precisa ser uma bandeira que mereça a atenção dos poderes públicos do mesmo modo que o endividamento das pessoas tem merecido. “As empresas cujo endividamento é fruto de condições de mercado, alheias à sua própria gestão, precisam contar com benefícios que lhe amparem para que possam se recuperar. Programas de renegociação de dívidas, não apenas com os governos, mas com bancos e instituições financeiras em geral precisam ser desenhados e levados adiante, urgentemente”, sugere o presidente da Fecomércio RN.

O Indicador Serasa também mostrou que as empresas do segmento de “Serviços” puxaram a elevação de janeiro no país, representando 54,9% das companhias inadimplentes, seguidas pelos negócios do “Comércio” (36,4%) e “Indústria” (7,5%). “Setor primário” e “Outros” somaram 1,2%.

Na análise nacional, em janeiro, foram registrados 6,7 milhões de CNPJs no vermelho no Brasil. Desse total 6,3 milhões foram de Micro e Pequenas Empresas (MPEs), das quais somavam 43,7 milhões de dívidas e indicavam a média de 6,9 contas atrasadas. As dívidas negativadas das companhias somaram R$ 127,8 bilhões e o ticket médio de cada débito foi estimado em R$ 2705,2. Em média, cada negócio inadimplente possuía 7,1 contas atrasadas.

Tribuna do Norte