Pesquisadores do LAIS/UFRN criam ferramenta capaz de prever casos de dengue com até 6 semanas de antecedência

Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)

Foto: reprodução

Com base em inteligência artificial é possível saber se uma determinada região terá casos de dengue com até seis semanas de antecedência, antes da primeira pessoa adoecer.

Essa é a proposta de uma ferramenta criada por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e do Centro de Zoonoses do município de Natal. Os resultados dessa ferramenta já foram publicados em um artigo científico na revista Scientific Reports do grupo Nature, periódico de reconhecimento internacional.

Os pesquisadores desenvolveram um método baseado em inteligência artificial que analisou diversas fontes de dados, como o depósito dos ovos dos mosquitos Aedes Aegypti em armadilhas que são distribuídas pela cidade, os casos confirmados e as internações hospitalares de pacientes que adoecem com dengue no município de Natal.

Entre as informações coletadas estão os dados referentes a internações hospitalares e o número de casos confirmados. Esses cruzamento de dados foram importantes para que a tecnologia baseada em inteligência artificial conseguisse aprender a prever surtos de dengue em um município com semanas de antecedência.

Para realizar o estudo, foram espalhadas armadilhas para coletar ovos, conhecidas como ovitrampa (que simulam um ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti), nas quatro regiões de Natal, a cada 300m², formando uma malha de captura de mosquitos e ovos. “Essa técnica, conhecida como ovitrampa, foi implantada em Natal pelo ex diretor do Centro de Zoonoses de Natal, Alessandre Medeiros (in memorian).

O Centro de Zoonoses de Natal é vinculado ao Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal. Cabe destacar, que esse modelo representa uma importante ferramenta e também uma grande inovação no combate a dengue não somente no Brasil, mas em todos países que também sofrem com esse mesmo problema de saúde pública”, explicou Ricardo Valentim, diretor do LAIS e um dos pesquisadores envolvidos na pesquisa.