ONG é denunciada por reduzir remédios de pacientes para manter estoque

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Daniel Ferreira/Metrópoles

Investigada por desvio de dinheiro, a Organização Social Civil (OSC) Salve a Si enfrenta novas acusações com os gestores atuais. Denúncias de ex-funcionários apontam que a cúpula da instituição teria orientado a racionar os medicamentos para cortar custos e manter a reserva de remédios da ONG.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) confirmou que investiga a redução dos insumos, mas que não pode fornecer informações porque está sob sigilo.

Em 5 de março, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura – órgão autônomo vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – inspecionou a comunidade terapêutica e está elaborando um relatório sobre a visita.

“Uma série de violações”, disse o deputado federal pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que foi convidado a participar da fiscalização pelo órgão do governo federal.

As denúncias dos ex-funcionários apresentam troca de mensagens da equipe responsável pela administração dos medicamentos. Em uma das conversas, na qual o Metrópoles teve acesso, a profissional Camilla Bezerra, responsável pela sala de remédios, e a esposa do atual presidente da Salve a Si, Rafael Barnabé, orienta que os demais funcionários controlem o remédio em grupos dos colaboradores.

“Não vamos conseguir manter nossa reserva assim. Reduzam a quantidade ao máximo”, afirma Camilla em uma das mensagens. Ela orienta ministrar apenas 15ml de dipirona e que parem com a administração de paracetamol e nimesulida. “Quem reclamar de dor, chame o familiar”

Camilla é formada em medicina na Bolívia e, até o momento, não foi aprovada em provas de habilitação para exercer a medicina no Brasil. Ela tem uma empresa com o nome Twinflame Terapia Holística e Cristais e, por isso, algumas mensagens foram trocadas com a nomenclatura do empreendimento.