Incêndio, ameaça de morte, traição, sede do partido trancado: a guerra pelo poder no União Brasil

Luciano Bivar, Antônio Rueda e Ronaldo Caiado. — Foto: Montagem/g1

“É crime político. Coisa de facínora. De psicopata.” Foi assim que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reagiu ao ser questionado pelo blog sobre o incêndio que atingiu, na noite de ontem a casa do presidente eleito do União Brasil, Antônio Rueda, em Pernambuco.

Para entender o contexto é preciso voltar algumas semanas no tempo. O União Brasil era comandado desde o nascimento por Luciano Bivar (UB-PE). Há alguns dias, houve eleição interna – e ele perdeu. E justo para Rueda, que foi, por anos, seu aliado.

A partir daí, a situação degringolou para uma guerra interna. Bivar chegou a trancar as portas da sede da legenda para Rueda não entrar. Depois, foi, segundo aliados de Rueda, filmado ameaçando o agora inimigo de morte. A ele e à família. As gravações foram entregues à Polícia Civil do Distrito Federal.

Com o cenário conturbado, Rueda decidiu levar a família para fora do Brasil. Na noite desta segunda-feira (11), recebeu uma ligação. Soube que tanto a casa de praia dele como a da irmã, que é tesoureira do União Brasil, estavam pegando fogo. Os imóveis ficam na Praia do Toquinho, em Pernambuco, berço político de Bivar.

Para a maioria do partido, diante do clima interno, ficou fácil apontar os dedos.

O secretário-geral da sigla, ACM Neto, aponta o episódio como grave e pede investigação.

Na saída de um evento no Palácio do Planalto, Bivar negou relação com o fogo nas casas do rival político.

A guerra no União Brasil tem muitos motivos: senso de traição pessoal, mas principalmente controle do fundo partidário. Neste ano, o partido terá direito a R$ 517 milhões.

Nas eleições de 2022, a sigla elegeu 59 deputados – atrás de PL (99) e PT (68). No Senado, o União Brasil. No Senado, a legenda iniciou o ano de 2024 com sete senadores, atrás do PT (8), MDB (11), PL (12) e PSD (15).

Entre um dos principais nomes da Casa e membro do partido, está o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre, atual presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e apontado como possível candidato para voltar a presidir a Casa.

Fonte: G1