Deputada encontra câmeras escondidas em quarto de apart-hotel em Brasília

Deputada Dayany Bittencourt (UB): “Me senti invadida”. / Foto: Divulgação

A deputada Dayany Bittencourt (União Brasil-CE) fez uma descoberta perturbadora ao encontrar microcâmeras instaladas em um flat alugado por R$ 6.200 mensais em um apart-hotel em Brasília. Segundo relatos da parlamentar, oito dias após ocupar o imóvel, cinco câmeras foram descobertas, incluindo uma no banheiro. A revelação veio por meio do portal R7.

“Eu me senti invadida. Não me senti mais em meu próprio espaço. É horrível imaginar que alguém me viu tomando banho. Cheguei doente, debilitada, foi uma experiência terrível. Ainda estou traumatizada até hoje”, desabafou.

As imagens do momento em que as câmeras foram encontradas por assessores da deputada foram registradas em vídeo. Algumas delas estavam ocultas em sensores de fumaça. “Ao sentar no sofá, olhei para cima e vi a primeira câmera. A partir daí, começamos a procurar outras. Encontramos câmeras no banheiro, apontando para o guarda-roupas, para a cama, entre outros lugares”, afirmou Ricardo Rocha, assessor da parlamentar.

A descoberta ocorreu em agosto de 2023, mas permaneceu em segredo de Justiça. Impressões digitais coletadas nos equipamentos levaram a polícia até o técnico responsável pela instalação das câmeras, que confirmou sua participação no processo. O técnico também mencionou a câmera no banheiro, destacando que isso chamou sua atenção.

O antigo proprietário do imóvel, vendido há quase quatro anos, também foi interrogado. Ele admitiu ter instalado as câmeras devido a suspeitas de furto por parte da camareira, mas afirmou não se lembrar de informar a atual proprietária sobre isso. Ele negou ter acesso às imagens.

A imobiliária responsável pela locação preferiu não comentar o assunto, afirmando apenas que o caso está em segredo de Justiça e que foram instruídos pelo advogado a não se pronunciar. Até o momento, o hotel também não se manifestou sobre o assunto.

Segundo a polícia, não foram encontrados registros de acesso aos quase 350 gigabytes de imagens das câmeras. A qualidade das imagens também foi apontada como uma dificuldade. O delegado encarregado do caso não concedeu entrevistas, mas indicou que solicitará perícia adicional para determinar se as imagens podem ter sido gravadas remotamente, pela internet.

Fonte: Jornal Opção