Corisco, cangaceiro do bando de Lampião, é absolvido em júri épico realizado no Sertão de Alagoas

g1 AL

Cleiton Gomes da Silva Cleto, o Corisco, foi condenado em júri épico — Foto: Cadu Moura /Comissão organizadora

Um dos personagens mais famosos do Cangaço foi Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco. Ele fazia parte do bando de Lampião e foi acusado de matar parte da família de Domingos Ventura. Ele acreditava que Domingos foi o responsável por entregar o esconderijo de Lampião para a polícia. Para julgar esses crimes, foi realizado em Piranhas, interior de Alagoas o ‘Juri Épico de Corisco’. A encenação, que teve recursos de um julgamento real, declarou Corisco, inocente, por 4 votos a 3.

O júri contou com uma defesa feita por advogados e defensores públicos. A enceração do julgamento foi feita pelo juiz Cleiton Ferreira, de Sergipe. O julgamento começou às 9h no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) de Piranhas. Os jurados foram escolhidos por sorteio.

Corisco foi absolvido da acusação de matar e decapitar parte da família de Domingos, na Fazenda de Patos, em Piranhas, poucos dias depois da emboscada em que a volante da polícia matou Lampião, Maria Bonita e parte do seu bando de cangaceiros. Constava nos autos que Corisco acreditava que Domingos tinha revelado o esconderijo de Lampião e vingou a morte do amigo.

Durante dos dois dias de julgamento, sexta (12) e sábado (13), aconteceram palestras sobre a história do cangaço.

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A tarde de sábado foi destinada para aos debates entre acusação e defesa. Foram duas horas e meia para as alegações de promotores do Ministério Público e outras duas horas e meia para advogados e defensores. Só depois disso, os jurados seguiram para a sala secreta. Até que à noite, a sentença foi lida pelos juízes, declarando Cleiton Gomes da Silva Cleto, inocente das acusações.

O ator Jedson Carlos, de Delmiro Gouveia, deu a vida ao cangaceiro no júri épico que lotou o auditório do Ifal. Ele disse que foram meses de estudos, se preparando para interpretar o cangaceiro.

Cleiton nasceu em Água Branca, interior de Alagoas. Aos 17 anos, matou um protegido de um coronel da época e fugiu. Se juntou ao cangaço e se tornou amigo fiel de Lampião. A fama de cangaceiro valente, rendeu a Cristino o apelido de Corisco.

Em março deste ano, o filho de Corisco e Dádá, Silvio Hermano Bulhões, morreu aos 88 anos. Ele era economista, professor e escritor e tinha muito orgulho dos pais e da história do cangaço.