Gestão do governo de SP pode prejudicar aluno paulista no Enem e ‘transformar professor em robô’

Rogério Cassimiro/Divulgação

Além da polêmica que envolve a possibilidade de deixar os alunos da rede estadual paulista apenas com material didático digital, criticada por especialistas e educadores, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem pela frente o desafio de ter se posto fora do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) no período entre 2024 e 2027.

Esta é a primeira vez em mais de 80 anos, desde a criação do projeto, que o estado decide não aderir ao PNLD, e sem consultar as escolas e a própria comunidade pedagógica.

A professora Jaciara Cruz, diretora-geral e fundadora da consultoria educacional Ideias de Futuro, lembra que, além de uma perda financeira importante de recursos federais que seriam transferidos para o estado, existe um risco didático, já que os principais vestibulares do país se guiam pelos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio, que é desenhado na esfera federal.

“O estudante paulista corre o risco de ter sido menos exposto a nuances de conteúdo que podem se refletir no exame nacional”, avalia.

“Olhando pelo lado da elaboração da prova, por mais que a diretriz geral do conteúdo seja a BNCC [Base Nacional Comum Curricular], cada professor que vai construir questões chega com a sua bagagem e experiência. E o material didático utilizado no seu dia a dia, para preparar as suas aulas e provas, tem um grande impacto nessa bagagem.”

Segundo Jaciara, a decisão de excluir o material de base utilizado pela maioria dos educadores envolvidos na elaboração do Enem e pela maioria dos estudantes participantes é arriscada.

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