60% dos adolescentes têm ansiedade e depressão, diz estudo da Unicef

Ficar por longos períodos trancado no quarto e interagir menos com os pais do que nos tempos de criança são comportamentos considerados normais durante a adolescência. Mas se aqueles que estão entre os 12 e os 18 anos apresentam mudanças repentinas de humor, alteração no sono, diminuição do interesse em atividades rotineiras e preocupações excessivas com o futuro é preciso ligar o alerta.

Pesquisa do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), revelou que 60% dos jovens nesta faixa etária têm queixas relacionadas à saúde mental. Este estudo, anterior à pandemia, aponta para uma tendência que pode ter sido agravada após a chegada da Covid-19.Continua após a publicidade

Psiquiatra e coordenador do Polo de Atenção Integral à Saúde Mental do Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Usina, e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, Thyago Azevedo esclarece quais as doenças que mais afetam os adolescentes nesta especialidade da medicina.

“Ansiedade e depressão são as mais comuns. As causas vão desde o abuso de drogas lícitas e ilícitas, como consumo de bebidas alcoólicas, uso de medicamemtos reguladores de humor e tranquilizantes de forma recreativa, sem prescrição médica, até os efeitos nocivos do distanciamento social e do excesso de tempo diante do celular. Eu vejo esse aumento de casos desde antes da pandemia, mas, sem dúvida alguma, piorou de março de 2020 para cá”, diz.