Militar tenta provar na Justiça que não é branco para cursar medicina no AP

Filho de uma descendente indígena e de um homem negro, o bombeiro militar Juciley Barros, de 34 anos, tenta provar na Justiça que não é branco e, com isso, realizar o sonho de cursar medicina na UNIFAP (Universidade Federal do Amapá).

Autodeclarado pardo, o bombeiro passou em dezembro de 2020 na modalidade de cota racial destinada para pretos, pardos e indígenas, mas se viu desclassificado pela comissão que valida o fenótipo do candidato, três anos após ser aprovado para cursar direito usando a mesma cota na UNIFAP.

A reprovação ocorreu em 23 de junho e gerou indignação em Juciley. Ele diz que, além de não ser filho de brancos, já foi aprovado na mesma cota em outro curso na UNIFAP . Além disso, relata, a única foto encaminhada é a que consta na carteira de identidade militar, documento em que consta como pardo.

“Estão lidando com sonhos. Isso é tão absurdo que quando eu conto para os outros, pensam até que é brincadeira minha por causa da cor de pele. Tornou-se uma situação vexatória.”.

Questionada pelo UOL sobre o motivo de ter aprovado o candidato em 2018 e vetado neste ano, a UNIFAP informou que, no processo seletivo anterior, “bastava a autodeclaração do candidato” como negro ou pardo para usufruir da modalidade de disputa. Não existia banca para validar o fenótipo.

Fonte: UOL