Produtores de tilápia de Pureza vão multiplicar produção com agroindústria

É numa comunidade chamada Bebida Velha, em Pureza, que um grupo de 17 pessoas está fazendo novos planos audaciosos. Produtores de tilápia desde 2009, eles estão sonhando alto desde que foram selecionados por um edital do Governo do Estado e começaram a ver a pequena indústria de beneficiamento de peixe tomar forma. Quando estiver pronta para funcionar, eles querem multiplicar a produção em cinco vezes e mais do que dobrar a quantidade de empregos.

“Vamos agregar valor ao nosso produto, que terá uma marca própria, com embalagens padrão e de acordo com a legislação. Os peixes serão beneficiados e processados em ambiente com controle sanitário, com medidas higiênicas do início ao fim, dando maior segurança aos cooperados e principalmente aos clientes e consumidores”, comemora o presidente da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Bebida Velha (Coopabev), José de Arimatéia Silva.

O Governo do RN está investindo R$ 879.908,06 na agroindústria de Bebida Velha, sendo R$ 461.473,40 nas obras, R$ 159.392,00 de contrapartida da Cooperativa e o restante em aquisição de máquinas e equipamentos. Os investimentos são realizados pelo projeto Governo Cidadão e Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), com recursos do Banco Mundial. Dos 17 beneficiários, há nove mulheres e três jovens.

Atualmente, a produção na comunidade é de 45 mil quilos de tilápia por ano. Com a agroindústria e ampliação da cadeia produtiva em todo o Mato Grande, eles querem chegar a 215 mil quilos de produção anual. “Esse número pode duplicar, se conseguirmos colocar em produção a capacidade instalada ociosa no território”, acrescenta Silva.

Hoje a tilápia é vendida 95% (in natura), sendo 85% em feiras e 15% em mercados e supermercados de João Câmara e Natal, de forma individualizada pelo produtor cooperado. Outra mudança com a indústria será a incorporação de outros produtores do Mato Grande na cadeia produtiva da aquicultura de forma organizada, permitindo maior barganha de negociação com fornecedores, possíveis clientes e até mesmo com o Estado, para buscar apoio em políticas públicas para o setor.

Segundo o presidente da cooperativa, no Mato Grande há 67 unidades de criação de tilápia em produção e 66 unidades de criação do peixe sem produzir, distribuídas em sete municípios. “Isso nos dá um horizonte inicial para duplicar a atual produção sem maiores dispêndios de investimento em infraestrutura, bastando articulação, parceria, planejamento e a garantia de compra dessa produção”, projeta.

Atualmente, a Coopabev gera cinco postos de trabalho no beneficiamento da tilápia. Com a agroindústria pronta, esse número deve subir para 12 empregos diretos, somente na fase inicial. Os empregos indiretos devem alcançar 50 com o aumento da produção previsto.

As obras estão 12,65% executadas e têm previsão de ser concluídas em agosto de 2020. Assim que o beneficiamento começar, os produtores querem alcançar o mercado local e regional, levando a tilápia às redes de mercados e supermercados do Mato Grande, Grande Natal e todo o RN, além dos mercados governamentais através de programas como PNAE, PAA e PECAFES.