Em carta, Palocci pede desfiliação do PT: “Me vejo em um tribunal inquisitorial no PT”

Palocci foi condenado por Sérgio Moro a 12 anos de reclusão em processo da Lava Jato

O ex-ministro Antonio Palocci pediu, por meio de uma carta, nesta terça-feira (26), sua desfiliação do PT. No documento, ele diz ter ficado surpreso com sua suspensão autorizada pelo Diretório Nacional e lamenta o descaso com que a legenda tratou sua condenação. Além da suspensão, o partido havia aberto processo disciplinar em razão de suas declarações ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, sobre ilegalidades cometidas durante os governos dos petistas Lula e Dilma Rousseff. No processo, ele era acusado de trair a fidelidade partidária.

“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do “homem mais honesto do país” enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!) são atribuídos a Dona Marisa? Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”, questiona.

No documento de quatro páginas endereçado a presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), Palocci ressalta que as informações prestadas em juízo, como a compra do prédio para o Instituto Lula, doações da Odebrecht ao PT, ao Instituto Lula e a Lula, além da reunião com Dilma e Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, para tratar das sondas, entre outras declarações envolvendo os ex-presidentes petistas, “são absolutamente verdadeiras”. “São situações que presenciei, acompanhei ou coordenei”, diz em trecho da carta.
Do Congresso em Foco