Força-tarefa vai agilizar abertura de escola indígena construída no Amarelão em João Câmara
mar
29
2019
A governadora Fátima Bezerra recebeu na manhã desta
sexta-feira (29) uma comitiva de lideranças indígenas potiguares para tratar de
reivindicações comuns às comunidades remanescentes do RN. Um dos principais
assuntos discutidos foi a inauguração da Escola Estadual Indígena do Amarelão,
situada no território Mendonça, em João Câmara. Construída com recursos do
Governo Cidadão, com financiamento do Banco Mundial na ordem de R$ 4,7 milhões,
a escola tem previsão de iniciar o ano letivo no dia 15 de abril.
Apesar de haver ainda alguns entraves burocráticos, a
governadora pediu para que seja feita uma força-tarefa a fim de que o prazo
seja cumprido. “Todas as solicitações que vocês trazem são muito coerentes. De
minha parte, garanto que este encontro é o primeiro de muitos que ocorrerão
para que possamos dar encaminhamentos às causas indígenas”, afirmou.
Acompanhada dos
secretários de Estado Getúlio Marques (Educação) e Íris Oliveira (Trabalho e
Ação Social), do presidente da Caern, Roberto Linhares, e de representantes de
outros órgãos estaduais, Fátima coordenou a reunião, que resultou na criação de
um grupo de trabalho proposto pela chefe do Executivo estadual para dar
andamento às reivindicações.
A pauta de reivindicações foi apresentada por José Carlos
Tavares (da comunidade do Amarelão), representando a Articulação dos Povos
Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme). Além da escola,
ele solicitou apoio para o transporte de 50 pessoas ao Acampamento Território
Livre (ATL), que é realizado anualmente no mês de abril, em Brasília; espaço
para o artesanato indígena em feiras nacionais e internacionais como Fiart
(Natal) e Fenearte (Olinda-PE); bem como o apoio da Fundação José Augusto às
manifestações culturais de cada povo.
Também foram solicitados segurança pública para as
comunidades (rondas, postos policiais), garantia de abastecimento de água e
distribuição de sementes. “O acampamento em Brasília é um importante fórum para
discussão das politicas públicas para a causa indígena. É importante marcarmos
presença e por isso pedimos o transporte, porque já estamos nos mobilizamos
para garantir alimentação e barracas”, disse José Carlos. Ele pontuou o
ineditismo do encontro com a governadora, por ser a primeira vez que foram
recebidos na Governadoria.
O cacique Dioclécio Bezerra, da comunidade Santa
Terezinha, do território Mendonça, destacou a importância do cumprimento da legislação
que determina acerca da contratação do quadro de pessoal da escola, para que os
funcionários sejam indígenas. “O RN tem uma dívida histórica para com os nossos
povos. Contamos com a sensibilidade da governadora para que tenhamos nossos
pleitos atendidos”. A secretária-adjunta da Educação, Márcia Gurgel, informou
que já está sendo concluído o processo seletivo, no entanto, para o primeiro
momento serão feitas algumas adaptações. “Todo dirigente de escola estadual tem
que ser do quadro efetivo e por isso não podemos nos comprometer a ter todo o
pessoal indígena por enquanto”, explicou.
A representante do povo Tapuia Paiacu, de Apodi, Lucemária
Tavares, falou sobre a criação do Museu do Índio Luísa Cantofa. “Temos um
prédio público na nossa comunidade que estava sem uso havia muito tempo.
Queremos garantia de que esse prédio continue em nosso poder e seja usado para
essa finalidade”, disse. Fátima sugeriu incluir esse pleito e os demais
apresentados pelos representantes na pauta do grupo de trabalho.
Manoel Leôncio, cacique de
Sagi-Trabanda (Baía Formosa), falou sobre as dificuldades do transporte escolar
e reivindicou a construção da escola indígena, que segundo ele deveria ter sido
incluída no projeto do Governo Cidadão, e Francisca Bezerra (Tapuia Taparás,
São Gonçalo e Macaíba) citou a dificuldade com relação à segurança hídrica.
Esses pontos de pauta também serão incluídos nas discussões do GT. O governo
garantiu também o transporte para deslocamento das lideranças para as reuniões,
cujo calendário ainda será definido.
Assis Silva
Jornalista – DRT 1652 – Começou na imprensa local através do jornal A Cidade, foi redator-noticiarista das rádios Baixa verde AM. Líder FM e TOP FM, editor e redator de vários jornais regionais e locais ao longo de 30 anos de profissão. Em 2007 criou o 1º blog da região campeão em acessos diários. Fone para contato: 84 9 9610 - 9977