Queda das taxas dos bancos beneficia consumidores e anima construção civil

Desde agosto, os bancos brasileiros iniciaram seguidas reduções da taxa de juros para contratos de financiamento de imóveis. Iniciado pela Caixa Econômica Federal (CEF) com modalidade vinculada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o movimento se espalhou por outras instituições, inclusive particulares. A análise é que consumidores foram beneficiados e a indústria da construção civil aqueceu.

Somente com a linha voltada ao IPCA, a Caixa conseguiu R$ 9,8 bilhões em crédito pré-aprovado em todo o Brasil. Ontem a estatal voltou a atualizar a base de juros de crédito imobiliário, após nova redução da taxa Selic. A partir da próxima segunda-feira, 14, os juros serão reduzidos em até um ponto percentual para financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Reduzindo de 8,5% mais a Taxa Referencial (TR) para 7,5% e TR.

Apesar da redução proporcionada pela Caixa, outras taxas no mercado são também competitivas. Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco têm juros menores na modalidade e o Santander acompanhou os concorrentes e também diminuiu as taxas.

As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que consecutivamente vem recuando a taxa básica de juros, fazem com que a perspectiva, permanecendo o atual quadro econômico, seja de oferta de crédito com índices ainda mais atrativos ao consumidor. Essa é a análise do professor do MBA de Gestão de Negócios e Incorporação Imobiliária da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Cano.

“O mercado imobiliário está passando por um processo de início da retomada de volume de vendas e lançamentos. Isso será efetivado também por conta da redução da taxa de juros porque há um ano e meio víamos cobranças de até 12% ao ano entre os bancos e hoje temos proposta de redução para 7,45% mais TR”, ressalta Sérgio.

Esse cenário, segundo o professor da FGV, nunca foi atingido no mercado brasileiro, com exceção do Programa Minha, Casa Minha Vida (MCMV). Isso beneficia, principalmente, o segmento que enquadra a classe média.

Jornal O Povo