Sem coveiro e espaço para mais sepultamentos, cemitério Punaú/Rio do Fogo tem até ossada desenterrada

Caixão deixado ao lado do muro do cemitério de Punaú, em Rio do Fogo, RN (Foto: Marksuel Figueredo/Inter TV Cabugi)

G1 RN – Um caixão aberto e até ossada humana compõem o cenário de terror no cemitério de Punaú – distrito do município de Rio do Fogo, no litoral Norte potiguar. Os moradores da comunidade encontraram a situação assim no último dia 2 de novembro, Dia de Finados, quando foram visitar os túmulos de familiares e amigos. O cemitério não tem coveiro e está superlotado.

Além do caixão encontrado na parte de trás do cemitério, foram encontrados outros pedaços de madeira nos muros laterais. O agricultor João Maria Dias, que é quem ajuda as famílias a abrirem os túmulos para enterrar as pessoas que morrem em Punaú, diz que não sabe quem fez isso e que a situação está insustentável. “Não tem mais nem espaço pra enterrar uma criança, um anjo”, diz.

A solução encontrada pela população, de acordo com ele, é enterrar os mortos em covas que já tinham sido usadas. Após o enterro, as ossadas anteriores são colocadas sob o caixão. Há três meses, o filho e o irmão de Ivoneide da Silva, dona de casa, foram assassinados. Além da dor da perda, a mulher se sentiu humilhada por ter que enterrar os dois entes queridos no mesmo local: um espaço encontrado entre covas no cemitério.

Um osso humano foi encontrado em cima do túmulo da avó da agricultora Joseana de Carvalho, que ficou revoltada com a situação. “A gente se sente mal, em saber que não existe zelo nenhum”, comenta.

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