Na semana da Consciência Negra, Assembleia Legislativa debate sobre intolerância religiosa

Em pleno século XXI, ainda é possível encontrar em todas as partes do mundo crimes e atentados relacionados à intolerância religiosa. No Brasil e no RN, agravados pelo avanço conservador e retrocesso vistos nos últimos anos, não é diferente. Dentre as religiões existentes aqui, as “afro-ameríndias” são as que sofrem mais preconceito e discriminação, perpassando questões raciais e de gênero.

No mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o mandato do Deputado Estadual Fernando Mineiro (PT) em conjunto com os movimentos negro e de matriz africana (candomblé, umbanda e jurema) e a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (COEPPIR) da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC), debaterão novamente a questão da intolerância religiosa no Estado do Rio Grande do Norte.

No próximo dia 22, acontecerá uma audiência pública no auditório da Assembleia Legislativa sobre o tema. A entrada é aberta a qualquer interessado, e o evento começa às 15h.

O RN vem registrando diversos ataques aos terreiros e adeptos de religiões afro-ameríndias. “Tem-se casos de arremesso de pedras, realização de cultos evangélicos nas portas dos terreiros e depredação do espaço físico ou imagens e atabaques”, denunciou o advogado. “Há invasão dos terreiros e até ordem para parar os rituais, praticadas por traficantes e mesmo pela Polícia, sem ordem judicial”, afirmou o advogado Emanuel Palhano.

Além disso, tem-se registro de escolas que praticam discriminação a alunos de religião afro-ameríndia, expondo-os a constrangimentos ou verbalizando discursos de proselitismo religioso.