Deputado denuncia morte de 100% de pacientes em hospital mantido pelo estado na região do médio oeste

Na sessão ordinária desta quarta-feira (12), realizada de forma remota, durante o horário destinado aos líderes partidários, os parlamentares discursaram acerca de problemas do Estado na área da Saúde, bem como cobraram explicações do governo estadual a respeito do convênio não renovado com o Hospital Infantil Varela Santiago, localizado em Natal. Eles ainda parabenizaram os profissionais de Enfermagem pelo seu dia. 

Primeiro a discursar, Dr. Bernardo (MDB) utilizou seu tempo para falar sobre a situação da Covid-19 no município de Apodi, Médio Oeste Potiguar.

“Em Apodi foi criada uma estrutura importante de atendimento aos pacientes de Covid-19, para acolher toda a região Oeste do Estado, com cinco leitos de UTI e 20 leitos de enfermaria. Mas a estrutura está funcionando com certa precariedade. Eu conversei com algumas pessoas que vivenciam de perto essa realidade, e elas estão preocupadas. Nós temos uma particularidade lá, que é o fato de 100% dos pacientes intubados irem a óbito. Isso é muito sério. A gente sabe da gravidade, sabe do alto índice, que chega a 80 ou 90%. Mas algo precisa ser feito”, destacou. 

Dr. Bernardo contou que conversou, então, com o Dr. João Marcelo, coordenador da UTI do Hospital Tarcísio Maia e da UTI da Liga Mossoroense Contra o Câncer, pedindo que ele visitasse o Hospital Regional de Apodi e fizesse uma avaliação das condições da unidade. 

“Além disso, estou intermediando junto ao Governo do Estado, conversando com a secretária adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), Maura Sobreira, a fim de que ela contrate o Dr. João Marcelo para coordenar a UTI do hospital de Apodi. Porém, algo mais precisa ser feito, porque boa parte dos profissionais que trabalham em UTIs no RN não tem formação especializada, e a gente sabe que conhecimento humano não se adquire em seis meses ou um ano”, relatou. 

Dentre os problemas diagnosticados no hospital de Apodi, o parlamentar informou que não há, nas UTIs, equipamentos de ultrassonografia nem de raio-x portáteis, além de foco cirúrgico. 

“E outro problema detectado lá, mas que eu já estou correndo atrás para resolver, é que o mesmo fisioterapeuta de plantão atende tanto os pacientes da UTI quanto os 20 da enfermaria. É humanamente impossível que um único profissional faça esse serviço. Então, nós precisaríamos de pelo menos três fisioterapeutas e dois médicos, um só para a UTI e o outro para a enfermaria”, acrescentou o deputado.