Negacionismo de Alexandre Garcia compromete credibilidade da CNN

Aline Ramos/UOL

O canal do jornalista Alexandre Garcia no Youtube lidera a lista feita pelo Google com os vídeos que mais lucraram com notícias falsas durante a pandemia da covid-19. De acordo com O Globo, o comentarista da CNN Brasil faturou quase R$70 mil por audiência e publicidade com o conteúdo divulgado na plataforma.

Os dados sigilosos foram enviados pelo Google à CPI da Covid a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A lista tem 34 canais e 385 vídeos que monetizaram conteúdos identificados como disseminadores de fake news sobre a pandemia no Brasil. Alexandre Garcia teve 126 vídeos retirados do ar, por ele próprio ou pelo Youtube.

As informações reveladas se somam à série de situações que mostram como a presença de Alexandre Garcia como comentarista na CNN é um desserviço para a credibilidade do jornalismo do canal. Não é apenas no Youtube que ele dissemina notícias falsas e inconsequentes sobre a pandemia.

Na CNN, Alexandre Garcia participa do quadro diário “Liberdade de Opinião”, que é parte do programa “Novo Dia”. Apenas no que diz respeito à pandemia, foram várias as ocasiões em que o jornalista utilizou seu espaço na emissora para propagar informações irresponsáveis sobre o combate ao vírus. Exemplo disso são as constantes defesas do tratamento precoce e do uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19, que são métodos que não têm comprovação científica.

Em determinada ocasião, quando questionado pelo âncora Rafael Colombo sobre a ausência do reconhecimento da eficácia desse tipo de tratamento por parte da Organização Mundial de Saúde, Garcia disse que o presidente Jair Bolsonaro “é a comprovação científica de que o uso da hidroxicloroquina dá certo”.

O presidente, inclusive, compartilhou um vídeo em que o jornalista cita um estudo antigo e desacreditado para defender o uso da cloroquina. O Twitter incluiu no post um aviso de que o conteúdo divulgado inclui “informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”.

Fonte: UOL