Inadimplência do consumidor cai 1,8% em setembro


Regionalmente, na análise acumulada em 12 meses, todas as regiões ainda registram queda: Centro-Oeste (-4,9%), Norte (-2,9%), Nordeste (-3,3%), Sul (-5,3%) e Sudeste (-1,9%). Na comparação mensal, todas as regiões também apresentaram queda.

De acordo com dados nacionais da Boa Vista, a inadimplência do consumidor recuou 1,8% em setembro na comparação com agosto, já descontados os efeitos sazonais. Em relação a setembro do ano passado, o indicador avançou 1,7%. Com isto, ele acumula queda de 3,4% no ano e 3% no acumulado 12 meses (outubro de 2018 até setembro de 2019 frente aos 12 meses anteriores). 

A queda da inadimplência observada desde o final de 2016 pode ser explicada pela maior cautela das famílias, pela capacidade de endividamento dos consumidores ainda limitada pelo fraco crescimento da renda e pelo efeito defasado da maior seletividade dos bancos no período mais agudo da crise.

Com isto, a inadimplência dos consumidores atingiu um patamar historicamente baixo, o que proporcionou a redução dos juros e motivou o aumento das concessões a partir de 2017, que, por sua vez, vêm resultando em um crescimento significativo do endividamento e do comprometimento de renda ao longo de 2019.

Os economistas da Boa Vista têm alertado que o elevado nível de desocupação e subutilização da mão-de-obra, somado à lenta recuperação da renda, aumenta o risco de que esta expansão recente dos empréstimos resulte em maior inadimplência. 

Por enquanto, porém, o indicador de registros ainda não aponta nesta direção. Após a alta de julho, o indicador registrou queda em agosto e voltou a recuar em setembro. A queda no acumulado em 12 meses, por sua vez, permaneceu praticamente igual ao resultado de agosto.

Além disto, a liberação dos recursos do FGTS tende a aliviar um pouco a situação financeira de muitas famílias.

De qualquer forma, uma retomada mais vigorosa e generalizada do crédito aos consumidores, sem aumento dos riscos, segue condicionada, a curto prazo, à evolução do mercado de trabalho e do endividamento das famílias, e, a médio prazo, à implementação das reformas microeconômicas no mercado de crédito.