Rivais no poder, PT e PSDB se juntam no xadrez

Josias de Souza
O PSDB foi enviado, finalmente, para a cadeia. Ficará preso junto com o ex-presidente nacional do partido, Eduardo Azeredo, transformado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais num corrupto de segunda instância.

O PSDB poderia ter concedido a si mesmo um habeas corpus preventivo se tivesse se livrado do filiado tóxico quanto teve a oportunidade. Ao proteger Azeredo, transformou a desmoralização de um político num processo de apodrecimento partidário.

Ao mandar Azeredo para o xadrez, a Justiça atenua a distorção da seletividade. Pode-se reclamar de que há poucos tucanos em cana. Mas logo já não se poderá dizer que não há nenhum tucano atrás das grades.

A fila ainda é grande. Nela, aguardam por veredictos Aécio Neves, José Serra, Aloysio Nunes e Geraldo Alckkmin. O que se exige é que essa fila continue a andar.

O PSDB sempre acusou o PT de mimar os seus corruptos. O PT sempre acusou o PSDB de blindar os seus corruptos. Por mal dos pecados, as investigações vão demonstrando que os dois lados têm razão.

A história ofereceu aos partidos que se revezaram no poder por mais de duas décadas inúmeras oportunidades de se unir. Preferiram se aliar ao que havia de pior na política, comprando apoio congressual. Tucanos e petistas acabaram se juntando na marra. Encontraram-se, primeiro, na lama. Agora, começam a se juntar na cadeia.