Eleições 2020 têm esquerda dividida e bolsonaristas isolados

A primeira eleição municipal após a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terá um cenário com partidos de esquerda divididos, candidatos bolsonaristas isolados e um novo xadrez de alianças nas capitais brasileiras.

Faltando quatro meses para o pleito, que neste ano terá o primeiro turno em 15 de novembro por causa da pandemia do novo coronavírus, os principais partidos do país já lançaram pelo menos 220 pré-candidaturas a prefeito nas 26 capitais.

O fim das coligações proporcionais aponta para um cenário de maior pulverização de candidaturas. Mas o número de candidatos ainda deve diminuir entre agosto e setembro, quando acontecem as convenções partidárias.

Depois de protagonizar uma onda conservadora em 2018, o presidente Bolsonaro afirmou que não vai apoiar nenhum candidato nas eleições municipais. Mas terá aliados disputando cidades importantes, caso de Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio de Janeiro e Capitão Wagner (Pros) em Fortaleza (CE).

O PSL, que cresceu na eleição impulsionado por Bolsonaro e depois rompeu com o presidente, tem como meta eleger até 500 prefeitos neste ano. Contudo, terá poucos nomes competitivos, a despeito de ter à disposição cerca de R$ 200 milhões do fundo eleitoral.

Nem mesmo nos três estados onde o PSL elegeu governadores há candidaturas já postas nas capitais. Ainda não há definição sobre nomes próprios ou aliança em Florianópolis (SC), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR).

Nas capitais onde já tem candidatos, caso da deputada federal Joice Hasselmann, em São Paulo, e do deputado estadual Rodrigo Amorim, no Rio de Janeiro, o partido não conseguiu formar um arco de alianças. Procurado, o presidente da sigla, Luciano Bivar, afirmou que prefere não falar sobre eleições no momento.

O PSDB, legenda que mais elegeu prefeitos de capital em 2016, tem pré-candidatos em 17 capitais para o pleito deste ano. Cinco tentam a reeleição, incluindo prefeitos de grandes cidades como Bruno Covas (São Paulo) e Nelson Marchezan Jr. (Porto Alegre).

Após desempenho fraco na eleição de 2018, os tucanos apostam em caras novas na maioria das capitais, mas sem grandes arcos de alianças.

Folha de São Paulo