Alckimin prega voto útil sem mostrar sua utilidade

Josias de Souza
A poucos dias da eleição, são fortes os indícios de que o PSDB não estará no segundo turno. Situação melancólica para um partido que teve 51 milhões de votos com Aécio na eleição de 2014 e parecia fadado a retornar ao Planalto nesta sucessão de 2018. Qual é a explicação para o desempenho pífio de Alckmin?, perguntam os tucanos a si mesmos.

Com o país rachado ao meio, o tucanato fracassou em tarefas que pareciam simples. Perdeu sua metade do eleitorado ao trocar a moralidade de uma ação no TSE contra a chapa Dilma-Temer por cargos num governo amoral. Deixou escapar os eleitores desiludidos de Dilma quando fingiu não notar a ferrugem que oxidou a logomarca PSDB. O rol de encrencados emplumados não para de crescer: Aécio, Serra, Richa, Azambuja… o próprio Alckmin.

No momento, Alckmin ataca os extremos no horário eleitoral. ”De um lado a turma de vermelhos que quer o fim da Lava-Jato”, diz a propaganda tucana. “De outro lado, a turma do preconceito, que acha que pode resolver tudo na bala”. Nas últimas sete eleições, os tucanos foram a alternativa para o eleitor antipetista. Excluído da polarização, Alckmin emite os primeiros sinais de desespero. Ele prega o voto útil sem conseguir demonstrar ao eleitorado a utilidade de sua própria candidatura.