Presídio da Paraíba ganha fábrica de gesso para ressocialização

O movimento Godstock entregou mais uma de suas ações, que servirá de ressocialização aos apenados da Penitenciária de Segurança Máxima Geraldo Beltrão, em João Pessoa. É a fábrica de gesso, um empreendimento que funcionará como uma oficina-escola para, inicialmente, 18 apenados, garantindo renda, redução da pena e formação técnica profissional no interior da penitenciária.

A construção da fábrica tem com intuito a ressocialização dos apenados do presídio de Segurança Máxima, é fruto da parceria da Fundação Cidade Viva, do Poder Judiciário estadual, por meio da 1º Juizado Especial Regional Misto de Mangabeira, e da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado. Administrada pela Fundação Cidade Viva, a fábrica usou a força de trabalho dos apenados da unidade para a sua concretização.

Ao som da banda RPG (Resgatados pela Graça), formados pelos apenados Geraldo Beltrão, a fábrica de gesso foi inaugurada. A solenidade contou com a presença do juiz titular da Vara de Execução Pena (VEP) de João Pessoa, Carlos Neves da Franca Neto, da juíza auxiliar da VEP, Andrea Arcoverde Cavalcanti Vaz, do secretário de Administração Penitenciária do Estado, Sérgio Fonseca de Souza, dos representantes da Fundação Cidade Viva, pastores Moisés Lima e Saulo Duarte.

Para a líder da Esperança Viva, Leilane Soares, ministério da Cidade Viva que realiza ações nos presídios, o projeto da fábrica de gesso produzirá o ‘gesso 3D’, formato muito utilizado em revestimento de paredes de edifícios residenciais e comerciais. “Como a fábrica vai funcionar como uma oficina escola, eles terão aulas de manipulação e fabricação de gesso. Alguns apenados selecionados já tinham experiência na profissão e serão, inicialmente, aproveitados no projeto. Os produtos serão comercializados para o mercado com preços bem mais acessíveis. Aqueles que trabalharem na fábrica terão também redução de suas penas (remissão). A cada três dias trabalhados, terá um dia a menos da pena”, explicou.

De acordo com o juiz titular do 1º Juizado Especial, Meales Medeiros de Melo, a iniciativa da fábrica de gesso visa oferecer ao detento uma profissão técnica. “Ao final, o Projeto busca prepará-lo para o mercado de trabalho, após o cumprimento de sua respectiva pena”, declarou.

Segundo o diretor da penitenciária, João Sintonio, a fábrica de gesso já tem estocado duas toneladas de matéria prima. “A produção será por demanda contratada, porém temos capacidade de produzir mais de 200 m² por dia. Será destinada à própria administração pública e ao público em geral. Vamos fazer divulgação nas redes sociais do trabalho executado como forma de atrair clientes”, detalhou o diretor.

O movimento Godstock, que inclui entre os seus alvos de ações o melhoramento de abrigos de crianças, de idosos e dos presídios, incluiu também este ano em suas ações os agentes penitenciários. Serviços médico-odontológico e até de podólogo foram oferecidos aos agentes do presídio de Segurança Máxima Geraldo Beltrão. No último sábado (10), 15 detentos foram batizados no interior do Presídio.