Vírus não identificado tem 140 notificações em Natal

Vírus preocupa infectologistas

Infectologistas da rede de saúde estadual e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não confirmam que a doença com sintomas semelhantes aos da Chikungunya observados na última semana em 140 moradores dos bairros do Tirol e Petrópolis, em Natal, é de fato Chikungunya. Exames de sangue realizados com seis doentes no último sábado, 23, confirmaram a presença do vírus, mas os médicos especialistas não descartam outras hipóteses. A quantidade de casos em menos de um mês é considerada um surto.

A investigação ocorre em 73 casos para identificar se é uma mutação do vírus ou se trata-se de um novo em circulação em Natal. “O fato de ter a confirmação para o Chikungunya em alguns casos não encerra o caso”, resume Kléber Luz, infectologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Quatro hipóteses foram apresentadas por médicos infectologistas durante uma reunião de estudos para identificação do vírus na manhã desta sexta-feira, 29: a primeira é que pode se tratar de uma arbovirose chamada “Ross River”, presente na Austrália; a segunda, de uma arbovirose chamada “Barmah Forest”, também australiana; a terceira, se trata do vírus Mayara, presente em outros estados brasileiros desde 2016, mas sem casos confirmados no Rio Grande do Norte; e, a última, seria uma modificação do Chikungunya causada pela circulação de um outro vírus. Todos são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.

A doença tem um perfil: a maioria são mulheres, de idade média de 58 anos. Nenhuma criança foi identificada com a doença. A maioria são moradores e trabalhadores do bairro do Tirol, um território que o número de mosquitos Aedes aegypti (transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya) aumentou, segundo a equipe de vigilância municipal. Os sintomas mais recorrentes são as dores nas articulações, febre e manchas na pele.

Com informações da TN