Pesquisa da UFRN melhora diagnóstico de doença arterial coronariana

Segunda maior causa de mortes por doenças cardíacas no Brasil e uma das doenças crônicas que fazem parte do grupo de risco da Covid-19, a Doença Arterial Coronariana (DAC) passa a ter uma metodologia menos invasiva para o seu diagnóstico, monitoramento e acompanhamento de pacientes.

O novo método para identificação de pacientes com a enfermidade é objeto de um depósito do pedido de patente de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pedido denominado “Treml4 no Diagnóstico, Monitoramento e Acompanhamento da Doença Arterial Coronariana” e que tem como autores os pesquisadores Vivian Nogueira Silbiger, André Ducati Luchessi e Victor Hugo Rezende Duarte.

Doença que se caracteriza pela existência de placas de substância cerosa que aderem às paredes das artérias coronárias, cuja sua função é transportar o sangue de e para o músculo cardíaco. Estas placas acabam prejudicando o fluxo de sangue rico em oxigênio para o músculo cardíaco. A importância do diagnóstico Algumas pessoas com doença arterial coronariana não apresentam sinais ou sintomas.

“O fato de ser assintomática acomete muitos indivíduos. Com essa patente, pretendemos quantificar o RNA mensageiro, ou seja, parte da informação genética dos pacientes, presente nos leucócitos do sangue dos pacientes para identificar e medir a expressão de um gene chamado TREML4 através da técnica de PCR em tempo real. Essa técnica hoje é utilizada, por exemplo, no diagnóstico do covid-19”, relatou o hoje doutorando da Rede Nordeste de Biotecnologia Victor Duarte. O depósito da patente tem raiz no estudo vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas.

O grupo de pesquisadores defende que, no contexto de saúde pública, é de extrema importância a identificação do processo anterior ao infarto, o que permite a possibilidade de medir risco e de mudar a condutas no paciente, tais como, alimentação, medicamentos ou ainda prática de exercícios físicos, podendo assim diminuir o risco de desenvolvimento de infarto, assim como, evitar outros problemas futuros como AVC. Para termos uma noção mais abrangente de como a Doença Arterial Coronariana se materializa, ela pode não ser reconhecida até que a pessoa tenha um ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou arritmia cardíaca.

Atualmente, o diagnóstico é realizado através de métodos invasivos e onerosos, tal como a cinecoronariografia e a angiotomografia. Além disso, outras metodologias não invasivas, como eletrocardiograma ou o Holter de 24 horas, ou métodos laboratoriais, são úteis apenas no diagnóstico e monitoramento dos desfechos da DAC, como o infarto. Apesar de serem amplamente utilizados na prática clínica, esses métodos não são sensíveis o suficiente para o diagnóstico precoce, bem como para o monitoramento da doença, principalmente nos indivíduos assintomáticos, tornando-se um sério problema de saúde pública.

UFRN