Pescadores doam peixes a famílias da Vila de Ponta Negra que estão sem renda durante isolamento social em Natal

Pescadores da Vila de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, se reuniram para doar peixes a famílias da comunidade que estão com dificuldade para se alimentar durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Já houve duas doações e a ideia é voltar ao mar nesta segunda-feira (6) para pescar mais.

De acordo com João Batista de Lima, conhecido no bairro como Joka e idealizador da campanha, a primeira pesca aconteceu no dia 28 de março. Oito quilos de peixe foram doados a seis famílias. No dia 31, mais 11 quilos foram pescados e doados.

Joka diz que se junta a mais três ou quatro amigos para realizar a pesca. Parte do pescado fica com os pescadores e o resto é entregue às pessoas que estão precisando na comunidade.

“A verdade é que tem gente passando fome na Vila de Ponta Negra. Muitos moradores da Vila dependem da praia para o sustento, e, durante a pandemia, não estão trabalhando. São vendedores ambulantes, artesãos, vendedores e cozinheiros de quiosques, pessoas que trabalham nas pousadas e hotéis”, relata.

Além da doação de peixes, também há uma mobilização para garantir ao menos uma refeição diária a moradores de rua, bem como a doação de cestas básicas para a população. Essa campanha é encabeçada pela Associação de Pescadores, pela a Associação das Rendeiras da Vila de Ponta Negra, pelo Espaço Cultural e Gastronômico Tapiocaria da Vó e pelo projeto Motiva. Todas as entidades são da própria comunidade.

De acordo com Joka Lima, a iniciativa começou através da rede de amigos no WhatsApp. Foi disponibilizada uma conta bancária para a doação de dinheiro para compra de alimentos. “Com a ajuda de amigos, instituições e clientes da tapiocaria, já conseguimos R$ 4,3 mil. A maior parte é de doações de moradores de Ponta Negra”, conta

Joka diz que 85 cestas básicas foram doadas. Para a quarta-feira (8), está sendo organizada a doação de mais 35, e outras 35 na quinta (9). Os alimentos são destinados a famílias de pescadores e de pessoas que dependem das atividades da praia para sobreviver.

Do G1 RN