Igreja: Reunião discute situação de venezuelanos indígenas que estão nas ruas de Natal

Foto: Luiz Gualberto

A situação dos venezuelanos indígenas que estão nas ruas de Natal, pedindo dinheiro e a procura de emprego foi tema de uma reunião na manhã desta quarta-feira (02), envolvendo Cáritas, uma instituição da Igreja Católica e alguns organismos governamentais e não governamentais. Ao todo, são cerca de 50 índios Warao, que vieram em busca de refúgio na capital potiguar. O mesmo vem acontecendo em outras cidades do país.

Segundo Muhamad Taufik, que é presidente da Associação em Solidariedade ao Imigrante no Rio Grande do Norte e que esteve presente no encontro, os venezuelanos estão se fixando em um espaço no bairro Cidade da Esperança. “Eles estão vindo de ônibus e descem na rodoviária da cidade e buscam as pousadas que tem ali na região, por ter um preço acessível. Eles passam a ir para as ruas, em busca de dinheiro para poder se manter aqui na cidade. A nossa maior preocupação, no momento, é com a questão da saúde e acesso aos demais serviços básicos, uma vez que eles têm os documentos da imigração, mas, não estão cadastrados nos órgãos brasileiros, o que inviabiliza o acesso a esses serviços”, conta.

Ainda de acordo com o presidente da associação, a entidade está prestando um primeiro atendimento aos refugiados, no sentido de levar comida e roupas, bem como identificar as principais necessidades. Entre os venezuelanos, há também um número considerável de crianças, o que também representa uma preocupação por parte dos envolvidos com a questão.

De acordo com Vanda Carvalho, assistente social da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS), o órgão está fazendo o acompanhamento dos venezuelanos, juntamente com a associação do imigrante, no sentido de suprir as necessidades desse público. “Estamos trabalhando para oferecer o acesso aos serviços, como Bolsa Família, emissão de documento civil, entre outros”, destaca.

Esse encontro partiu da coordenação arquidiocesana de Cáritas, que tem atuação no mundo inteiro. A reunião foi coordenada pelo vigário geral da Arquidiocese de Natal, o padre Paulo Henrique. Segundo ele, é preciso sensibilidade por parte de todos, tendo em vista essa questão dos refugiados, conforme o papa Francisco tem reforçado e chamado a atenção em seus discursos. “Como Igreja, a primeira coisa que fizemos foi convocar alguns grupos e organizações para que pudéssemos aglutinar pensamentos sobre essa situação. A partir desse primeiro encontro, vamos partir para uma ação mais concreta, visando melhores condições para essas pessoas que estão se fixando em nossa cidade”, reforçou.

Resultados

Como ação concreta da reunião, saiu a formação de um comitê, que será composto por representantes de Cáritas, SEMTAS, Associação do Imigrante, além do Fundação Nacional do Índio (FUNAI), escritório local. O grupo agendou uma reunião para a próxima quarta-feira, dia 09, às 09h, na sala da coordenação de pastoral, no subsolo da Catedral Metropolitana, em que serão discutidas ações emergenciais para lidar com esta realidade, atendendo os diversos âmbitos.

Fonte: Arquidiocese de Natal