Demora em exame toxicológico do Itep faz mulher inocente ficar presa por meses

Um laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP-RN) foi responsável por inocentar Cleodilza Nóbrega de Lima, que havia sido acusada de levar cocaína para o marido, que estava preso na Cadeia Pública Manoel Alves Pessoa Neto, e Caraúbas.

O caso acontece em 4 de agosto de 2017. Cleodilza foi visitar o marido na cadeia e levava sabão para ele. Durante a revista nos familiares os agentes penitenciários encontraram, aproximadamente, 9 gramas de uma substância branca, escondida junto ao sabão, que eles deduziram ser cocaína.

Cleodilza negou que o produto fosse dela e disse que os pacotes foram misturados em meio a bagunça da revista. Contudo, a mulher foi detida e encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Caraúbas.
O Delegado Luiz Antônio da Silva Neto, titular da delegacia na época, encaminhou o produto para ser periciado pelo laboratório toxicológico do ITEP, no dia 24 de agosto de 2017.

Com base no inquérito policial, o Ministério Público do Rio Grande do Norte havia apresentado denúncia de tráfico de drogas contra Cleodilza.
Contudo, meses depois, o laudo do Exame Químico Toxicológico concluiu que não se tratava de cocaína e o Ministério Público pediu o arquivamento do processo contra a denunciada.

Em 3 de junho de 2019, a juíza de direito da Vara Única da Comarca de Caraúbas, a Dra. Daniela Rosado do Amaral Duarte, aceitou o pedido de arquivamento por parte do MP, alegando que ficou comprovado que Cleodilza Nóbrega não cometeu o crime de tráfico de drogas.

Desde o momento da sua prisão Cleodilza nunca assumiu o ter tentado entrar com drogas na cadeira e não descansou até conseguir provar a inocência. A mulher ficou presa por anos, foi exposta e viu sua vida mudar devido a demora do resultado do exame, que poderia ter custado a sua liberdade.

Do Mossoró Hoje