Convocação de aprovados no concurso da PM é discutida no Legislativo

A necessidade de convocação dos excedentes e a regionalização do curso de formação do concurso público da Polícia Militar do RN foram debatidas na tarde desta quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa. Proposta pelo parlamentar Allyson Bezerra (SDD), a audiência pública aconteceu no auditório deputado Cortez Pereira.

“Esta audiência pretende discutir a regionalização do curso de formação e a convocação de todos excedentes aprovados no certame. Está na hora de darmos mais um passo em prol da Segurança Pública do Rio Grande do Norte. Por isso, pedimos a sensibilidade do Governo”, destacou o deputado.

Iniciando os discursos da Mesa, a representante da Comissão dos Aprovados, Deborah Furtado, falou das dificuldades enfrentadas desde o começo. “Lutamos muito para que houvesse um cronograma, o que já foi um absurdo. E agora estamos aqui reivindicando nossa convocação. Todo mundo sabe do déficit de policiais no RN, que é de quase seis mil, fato que é refletido diretamente na Segurança Pública do Estado. Isso é culpa do descaso dos governos, que não entendem que gasto com Segurança é investimento, não desperdício”, ressaltou.

Deborah Furtado falou também sobre a menor quantidade de vagas disponibilizadas para mulheres, trazendo dados do Brasil e do Estado.
“Nosso Estado é o pior do Brasil nesse aspecto. Temos apenas 2,3% dos cargos da PM ocupados por mulheres. São 222 policiais femininas para todo o RN. Em Mossoró só existe uma. Em Caicó, não tem nenhuma. Isso é lamentável. E nós temos 220 mulheres excedentes neste concurso, aguardando a oportunidade de começar a proteger nossos cidadãos”, disse.

Também defendendo a regionalização do curso de formação, o presidente da Associação dos Praças da PM do Seridó, Sargento M. Souza, falou ainda sobre a necessidade de se chamar os excedentes, devido à realidade cada vez mais violenta nas ruas do Estado.

“Será a primeira vez na história que não haverá curso de formação nos interiores, e nós não entendemos o motivo. O comandante geral diz que é para nivelar, mas com todo respeito, nivelar por baixo não existe, já que nós sabemos que os cursos ministrados no interior são melhores”, argumentou.

Lamentando a “falta de compromisso do Governo do Estado por não ter enviado nenhum representante”, o Cabo Tony Fernandes, presidente da Associação de Praças da PM, também repudiou a “falta de respeito aos aprovados, associações e à própria Casa Legislativa”.

Em seguida, ele falou sobre a relevância da regionalização dos cursos de formação. “Isso é importante porque o pessoal do interior que vier pra capital vai passar fome. Eu sei disso, porque passei por isso. Quando eu vim pra Natal, passei três, quatro meses sem receber nada”, desabafou o policial.

O Cabo revelou, ainda, que a regionalização está prevista em lei e no edital do referido concurso. “O pior de tudo é que a gente amarrou os quatro polos em lei: Mossoró, Nova Cruz, Seridó e Pau dos Ferros. No concurso de vocês, o edital disse que o curso seria nos polos. Então, já está previsto, mas o que falta é sensibilidade e cumprimento da lei”.