Câmara Municipal esquece da PM Catarinense Caroline Pletsch e homenageia Marielle Franco, que nunca veio a Natal

No dia 26 de março de 2018 em um restaurante na zona norte de Natal, a policial militar Caroline Pletsch, que estava passando férias em Natal, foi morta covardemente durante um assalto no restaurante em que a mesma se encontrava. A policial tinha 32 anos, era casada e estava em companhia de seu esposo, que também é sargento da PM em Santa Catarina.

Morta de forma abrupta, a policial militar parece ter caído no esquecimento das autoridades legisladoras da Câmara Municipal de Natal. Um caso que repercutiu na mídia nacional devido ao fato do Estado estar enfrentando à época, uma guerra entre facções, que teve início meses antes do assassinato de Caroline: o massacre na penitenciária de Alcaçuz.

Caroline foi morta de forma covarde quando identificaram-na como policial militar, sem reação, sem defesa, simplesmente por vestir uma farda e doar sua vida para “servir e proteger” a população da violência cotidiana que assola o país. Uma jovem mulher que tinha sonhos, que se doava e que caiu no esquecimento midiático e politico.

Por não levantar as mesmas bandeiras que a Marielle levantava e por não militar em defesa de causas populistas que a Marielle militava, Caroline não recebeu por parte do Legislativo Natalense as honrarias que a militante, que sequer colocou seus pés em solo potiguar, recebeu dos “nobres” vereadores.

Duas tragédias sim, disso não resta dúvida, porém com históricos totalmente diferentes. Duas tragédias em dois Rios, um de Janeiro o outro do Norte.

A pergunta que a população de Natal e do Estado do RN fazem aos senhores vereadores é: por que não tiveram a mesma hombridade para conceder a comanda à PM Caroline? Quais motivos obscuros estão por trás dessa homenagem? Por que não Caroline, até como forma de amenizar a dor da família desfeita aqui no RN?

Os valores humanos são distintos quando percebemos que a valorização da vida de outrem vale mais do que a nossa. Caroline combatia a violência, era mulher, vestia farda, era hétero, casada e não defendia bandeira. Batalhava pela vida do próximo colocando a sua vida em risco, mas sua valorização e reconhecimento caiu no esquecimento dos vereadores de Natal.

Percebe-se isso quando resolvem homenagear uma vereadora que sequer veio conhecer Natal e ao mesmo tempo esquecem do motorista Anderson Gomes, que teve sua vida ceifada junto com a Marielle, como foi muito bem observado pelo vereador Cícero Martins (PSL). A vida dela era mais valiosa que a vida dele? Ela (Marielle) era mais importante que Caroline? Um reconhecimento totalmente contraditório e desnecessário dado pela Câmara Municipal de Natal.

O Blog questiona tal atitude por entender que na escolha dos vereadores sequer foi cogitada homenagear alguma mulher guerreira potiguar, que temos no Estado, e sim por mulheres de fora. Então por que não Caroline?

Do blog Leitura Potiguar