Programa do MEC prevê 1,5 milhão de vagas no ensino técnico até 2023

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Ariosto Culau, concederam entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (8/10). Em pauta, a apresentação do Programa Novos Caminhos, voltado para a educação profissional e tecnológica. 

A meta é elevar em 80% o total de matrículas em cursos técnicos e em cursos de qualificação profissional até o final de 2023, pulando de 1,9 milhão, a marca atual, para 3,4 milhões. “São 1,5 milhão de vagas a mais para o ensino técnico. Não é pouca coisa. Estamos falando em quase dobrar, em quatro anos, o que temos hoje”, disse o ministro. 

Segundo o Ministério da Educação (MEC), a repactuação de R$ 550 milhões do programa Bolsa Formação, com recursos vindos do Pronatec, parados nas contas dos estados e do Distrito Federal, garantirá a aplicação do programa, que inclui metas como a preparação de 40 mil docentes e criação de mais de 100 mil vagas para a qualificação profissional de jovens e adultos. O chefe da pasta estimou que o custo total para execução do projeto será em torno de R$ 5 bilhões.

O Novos Caminhos fala em mais renda, emprego e capacitação, a partir de ações como a regulação da oferta de cursos técnicos e formação de professores. Segundo Weintraub, há dificuldade das empresas na contratação de bons profissionais com formação técnica. O preconceito com a atividade, segundo ele, seria um fator depreciativo. “Aqui a gente não está falando do ensino técnico antigo, mas de novos rumos. O preconceito se estende ao ensino. A gente vê que o ensino técnico no Brasil foi abandonado às traças, em números absolutos. Não tem glamour e não tem prestígio”, disse. 

O ministro afirmou que “um mestre artesão europeu tem tanto valor quanto um engenheiro e, em muitos casos, ganha mais”, ressaltando que metade dos jovens daquele continente estão ou estiveram na educação profissional. Ele estabeleceu comparação de dados do Brasil com Europa e Chile, onde há, respectivamente, 50% e 31% de jovens sendo capacitados por meio do ensino técnico, enquanto aqui, o número chega a 8%. Em cenário mais amplo, a educação profissional é realidade para 38% da população em Portugal, 44,2% na França, 55% na Finlândia e 63% no Reino Unido. 

“Nosso grande objetivo é que jovens e adultos tenham educação de qualidade, com tecnologia e alinhamento ao setor produtivo”, acrescentou Ariosto Culau. “Mais de 11 mil pessoas que concluíram a formação técnica na rede privada de ensino superior desde 2016 terão os diplomas reconhecidos”, afirma o secretário de Educação Profissional e Tecnológica.

Do Correio Braziliense