Sindicato exige que Sesap divulgue número de profissionais da saúde infectados por Covid-19 no Estado

O Sindicato dos trabalhadores em saúde do Rio Grande do Norte enviou um ofício à Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), nesta quinta-feira (23),  solicitando um levantamento oficial em relação ao número de profissionais infectados pelo Covid-19. Os últimos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria não apresentam essas informações. 

No dia 1º de abril, a Sesap divulgou que os profissionais de saúde do estado representam 37% dos casos confirmados de coronavírus. Até então, o RN registrava 92 pessoas infectadas. Destas, 34 eram trabalhadores da saúde. No último boletim apresentado, do dia 21 de abril, a Sesap registrou 646 casos e 29 óbitos. No entanto, a secretaria não divulgou quantos profissionais da saúde estão infectados pela doença.

No Brasil, já são 46.348 casos confirmados do novo coronavírus  e 2.934 mortes.  No dia 17, um levantamento apontado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) registrou 30 mortes de profissionais de enfermagem por Covid-19 no Brasil e 4 mil afastados.

Para o Sindsaúde RN, o Estado tem o dever de divulgar o número de profissionais da saúde infectados pelo Covid-19, assim como tem o dever de garantir a proteção a esses trabalhadores que têm sido linha de frente no combate ao novo coronavírus. “É verdade que esse novo vírus possui um altíssimo potencial de transmissão, mas também é verdade que a vulnerabilidade dos trabalhadores da saúde está diretamente relacionada às suas condições de trabalho, a exemplo da falta de equipamentos de proteção individual. Em alguns hospitais, faltam até produtos para a higienização, como álcool e sabão para lavar as mãos. Na prática, é como se os profissionais fossem enviados para uma guerra sem nenhuma segurança. Em geral, faltam máscaras, luvas e aventais ou existem em quantidade insuficiente”, declarou Breno Abbott, Coordenador do Sindsaúde RN.

O Sindsaúde entrou com uma ação judicial, no início de março, cobrando EPI’s adequados e suficientes. No entanto, o Estado ainda não cumpriu a decisão. Nesse sentido, o sindicato criou um canal de denúncias para que os trabalhadores possam denunciar a falta de Equipamentos nos locais de Trabalho e está orientando, conforme preceitua o Código de Ética da Enfermagem, em seu art. 22, bem como as normas de segurança do trabalho, que os trabalhadores da saúde se recusem a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.

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