Senador Styvenson fala sobre indústria da seca e destinação de um milhão de reais para construção de cisternas no RN

O senador Styvenson Valentim( Podemos-RN) ocupou a tribuna desta segunda-feira(02) para falar sobre sobre a Operação Carro Pipa e a escavação de poços artesianos no semiárido do Rio Grande do Norte.

Ele recebeu essa semana, do general Fábio Castro, chefe de gabinete do Comandante do Exército, resposta a um ofício que enviou solicitando um comparativo para a garantia do acesso à água no sertão do Rio Grande do Norte. “ Estou aqui para falar da indústria da seca no Rio Grande do Norte, eu cresci ouvindo sobre isso e até hoje não foi resolvido. Tem muita gente que quer que o povo fique dependente do que mais precisa que é agua. O problema nunca foi resolvido, fica só sendo transferido de governo a governo, ” pontuou o senador potiguar.

Em 2019, a Operação Carro Pipa pagou 51 milhões, 339 mil e 747 reais e 93 centavos para que 428 pipeiros levassem água para moradores de 114 municípios. A população estimada desses municípios é de um milhão, 467 mil 723 pessoas, mas nem todos usam a água dos carros-pipa,o que inviabiliza o cálculo do custo per-capita para essa água chegar.

O Exército informou que não pode estimar o custo médio de cada fornecimento por causa de variáveis como distância do manancial até o ponto de abastecimento, quantidade de viagens, condições da estrada por onde a água vai ser transportada, entre outros. “ E os poços artesianos? No meu estado existem 69 poços artesianos e só 20 estão em operação, de acordo com essa resposta do Exército. Em Luís Gomes tem seis poços; em Carnaúba dos Dantas tem quatro poços; em Equador e Lucrécia tem dois poços cada um; e em Frutuoso Gomes, Jaçanã e Serrinha dos Pintos tem um poço em cada cidade. Os 49 que não operam, ou estão secos ou simplesmente estão parados. O Exército não soube detalhar, ” pontuou o senador potiguar.

Dos 20 poços, quatro usam dessalinizador, que custa, em média 49 mil reais para instalar. O custo médio para perfurar um poço e colocar para funcionar é de 74 mil reais. Hoje, os 20 poços estão em nove municípios e atendem pouco mais de 4 mil pessoas.

O senador indicou, dentro de suas emendas individuais, um milhão de reais para o Exército Brasileiro para que seja feito um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a perfuração de 30 poços artesianos no semiárido. “ Me incomodou saber que tem municípios no Rio Grande do Norte, onde o prefeito não quer receber o poço artesiano porque não quer arcar com os custos de manutenção ou porque pode ser “inimigo político” de quem ajudou a levar a obra até a cidade. Quando eu fui em Currais Novos, município do meu estado, tem uma adutora que está com os canos secando porque a agua não chega até lá. Se eu souber quem são esses políticos, vou deixar isso bem claro, faço questão de contar para os eleitores”, informou Styvenson que também fez questão de deixar claro que existe uma indústria que explora a seca no sertão nordestino e que ele pediu a ajuda do Exército brasileiro para combater os abusos. “No Rio Grande do Norte, é comum denúncias de que o prefeito troca o atendimento de um carro-pipa por votos. Ontem teve eleições suplementares em dois municípios do meu estado, foi uma enxurrada de denúncias. A população pede tanto por transparência mas tem gente que ainda fica querendo vender voto, é triste.” Falou indignado o senador.

Outra obra, que Styvenson pontuou em seu discurso, foi a transposição do São Francisco que já está com gasto de 200% a mais do que o valor inicial estimado. ” A transposição começou há 12 anos a previsão de chegada ao Rio Grande do Norte estava para este ano, mas ainda não chegou nenhuma gota dágua. São 477 quilômetros de canais que já custaram 10 bilhões e 600 milhões de reais. E o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse em junho, numa audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo que o custo total orçado é de 20 bilhões de reais para finalizar a transposição.