Número de casos de Covid-19 aumenta 75% em uma semana e UPAs de Natal estão superlotadas, aponta boletim

Foto: Quézia Oliveira

Em uma semana, o número de pacientes confirmados para o novo coronavírus em Natal passou de 1.951 para 3.431 – um avanço de 75,8%. No mesmo período, as quatro Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de Natal ficaram superlotadas, funcionando acima capacidade de atendimento.

No caso da UPA de Pajuçara, na Zona Norte de Natal, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos está em 200% ou seja – a unidade tem o dobro dos pacientes para o qual foi projetada. As informações são do boletim epidemiológico da Covid-19, publicado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta terça-feira (2).

  • UPA Pajuçara – 200% de ocupação dos leitos
  • UPA Esperança – 180% de ocupação dos leitos
  • UPA Potengi – 160% de ocupação dos leitos
  • UPA Satélite – 125% de ocupação dos leitos

Os dados refletem a maior busca de pacientes por atendimento. No boletim do dia 26 de maio, uma semana antes, apenas a UPA Potengi estava com 100% de ocupação. A UPA Esperança ainda tinha 40% de leitos vagos e as unidades de Satélite e Pajuçara operavam com 90% de ocupação.

Nos hospitais, onde os pacientes entram após regulação do sistema de saúde, a situação é menos dramática. De acordo com o boletim, o Hospital de Campanha montado na Via Costeira só está com 35% de ocupação e o Hospital Municipal tem folga de 20% dos leitos.

Apesar disso, a plataforma Regula RN apontava na manhã desta quarta-feira (3) que 100% dos leitos de UTI – para atendimento de pacientes graves – estavam preenchidos no Hospital Municipal. No hospital de campanha a taxa era de 88% às 11h40.

Ainda segundo o boletim da secretaria municipal, 63,8% dos pacientes confirmados para o novo coronavírus que estão internados na capital estão em UTI. A outra parcela, menor, estão em leitos clínicos, menos complexos.

Aumento de casos

Em uma semana, a capital potiguar aumentou em 75% o número de casos confirmados, passando de 1.951 para 3.431. No mesmo período, a quantidade de óbitos registrados na capital potiguar passou de 79 para 115, um avanço de 45%.

“A partir da 18º semana epidemiológica, período que compreende as datas de 26/04 a 02/05, houve grande expansão dos casos da covid-19, especialmente nas regiões Norte e Oeste que são áreas historicamente mais vulneráveis e a alta taxa de transmissão nesses bairros refletem diretamente no uso do serviço público de saúde. É importante ressaltar, a necessidade de práticas de prevenção acentuadas nessas áreas, para que haja achatamento da curva nessas regiões, bem como, o atendimento oportuno aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”, aponta o relatório.

Na segunda-feira (1º), o secretário municipal de Saúde, George Antunes, criticou quem defende a reabertura do comércio e afirmou que a capital deve chegar ao pico da curva epidemiológica próximo ao dia 15 de junho.

“Ou a gente fecha a metade dessas portas que estão abertas, que eu acho um absurdo o que está acontecendo, ou nós vamos ter um caos. Se vocês estão achando que a situação está crítica, é porque vocês não tem noção exata do que virá. A se manter nessa condição, nós vamos ter pessoas morrendo nas calçadas, sem ter direito nem a entrar em uma unidade de pronto-atendimento ou hospital”, disse.

G1RN