Médico morre dois meses após mulher pedir para deixar trabalho em UTI para Covid-19

Médico Orlando Pinheiro trabalhava na linha de frente de combate a Covid-19, em Santa Isabel — Foto: Marcelo Arena/Arquivo Pessoal

Diabético, o médico Orlando Tavares Pinheiro, de 47 anos, de Santa Isabel, sabia do risco que corria e, ainda assim, quis continuar na linha de frente no combate ao novo coronavírus (Covid-19).

O cirurgião atuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), que concentra os casos de Covid-19 no município. Após ter sido infectado, o médico morreu na última terça-feira (21). O cortejo para o sepultamento foi marcado por muitos aplausos.

Em maio, a mulher dele, a enfermeira Arlete Alves da Silva, de 37 anos, pediu que o marido deixasse o plantão na unidade e, por um aplicativo de mensagens, recebeu a resposta:

“Cada um no seu papel, fui treinado minha vida toda para isso, meu lugar é aqui, na frente de batalha, é o que eu sei fazer. Temos de nos cuidar, mas não dá para recuar. Eu amo muito vc e as meninas, por isso me cuido, mas as vezes tenho um pouco de medo, acho que é normal, né?”.

Arlete também é diretora de Saúde da Prefeitura de Santa Isabel e era casada com Orlando há 14 anos. Juntos tiveram duas filhas, uma de 13 e outra de 10 anos. Neste domingo (19), o médico completaria 48 anos.

Do G1