ENERGIA: Novas regras de conexão impactam expansão do setor fotovoltaico
ago
12
2019
Um segmento que
está em franca expansão no Brasil começa a enfrentar obstáculos para o seu
desenvolvimento. Além da discussão sobre mudanças do aproveitamento de seus
créditos para abater da conta de luz, que já estava em andamento, a geração
distribuída (produção de eletricidade para satisfazer o consumo próprio,
normalmente feita através de painéis fotovoltaicos) tem agora outra dificuldade
pela frente.
Várias distribuidoras do País, entre as quais a gaúcha RGE, estão exigindo mais medidas e equipamentos de segurança para a conexão dos sistemas de geração distribuída na rede elétrica, o que tem encarecido o processo (às vezes chegando mais que triplicar o custo).
O presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, confirma que muitas concessionárias estão fazendo pedidos de novos equipamentos de proteção, muitas vezes redundantes, solicitando fotos de micro inversores e seus respectivos números (nesse caso, cada placa tem um micro inversor e a tarefa de fotografar cada um torna-se gigantesca), comprovação na Receita Federal de que o local é um estabelecimento comercial, exigência de versões impressas do projeto, inventário do poste de conexão, entre outras. “A maioria das exigências são descabidas, sem utilidade e apenas encarecem e dificultam o procedimento de conexão” julga Evangelista.
O dirigente
defende que é preciso procurar o equilíbrio. Conforme o presidente da ABGD,
essa situação inibe o crescimento do mercado de geração distribuída como um
todo. Evangelista diz que não é raro um investidor desistir de fazer a conexão
porque “já ouviu dizer” que o processo é complicado e poderá ser
barrado pela distribuidora, causando prejuízos. O dirigente admite que o setor
tem evoluído a taxas altas, porém argumenta que isso acontece, em parte, porque
a base ainda é pequena.
Ele informa que na Austrália a cada cinco consumidores, um pratica a geração distribuída. No Brasil, de um universo de 83 milhões de consumidores em baixa tensão, apenas 93 mil (0, 11%) seguem essa ação. O presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, informa que a entidade já teve reuniões específicas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o tema e protocolou um ofício solicitando providências quanto ao assunto. O documento conta com pareceres jurídicos e técnicos que, conforme o dirigente, explicam porque a Absolar considerou como unilaterais e demasiadas as alterações adotadas por parte de algumas distribuidoras.
Assis Silva
Jornalista – DRT 1652 – Começou na imprensa local através do jornal A Cidade, foi redator-noticiarista das rádios Baixa verde AM. Líder FM e TOP FM, editor e redator de vários jornais regionais e locais ao longo de 30 anos de profissão. Em 2007 criou o 1º blog da região campeão em acessos diários. Fone para contato: 84 9 9610 - 9977