Com 600 mortes em 7 anos, Macaíba vive guerra civil, avalia ex-vereador

O município de Macaíba, na Região Metropolitana de Natal, registrou exatamente 600 crimes violentos nos últimos sete anos, de acordo com o Observatório da Violência Letal Intencional do Rio Grande do Norte (Obvio). O número corresponde a casos de homicídios, latrocínios e outros crimes que resultaram em morte entre 2013 e 2019 – período que coincide com a gestão do atual prefeito, Fernando Cunha.

Na avaliação do ex-vereador Thomas Sena, os números demonstram que Macaíba vive uma espécie de “guerra civil”. “A população toda clama por mais segurança. Pesquisas apontam que, para metade dos macaibenses, a violência é o principal problema. Há muito roubo de carro, muitos crimes”, comenta Thomas.

Segundo ele, a gestão do prefeito Fernando Cunha é omissa quanto ao problema. Apesar de a responsabilidade sobre a segurança pública ser do Governo do Estado, o ex-vereador aponta que a Prefeitura poderia adotar medidas para diminuir a violência. Ele lembra que cidades vizinhas, como Parnamirim e São Gonçalo do Amarante, já dispõem ou estão implantando Guarda Municipal, enquanto Macaíba ainda não tem.

Macaíba tem sistema de videomonitoramento instalado no centro da cidade, que é interligado ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), mas há críticas de que o sistema é pouco eficiente.

Este é o quarto mandato de Fernando Cunha à frente da Prefeitura de Macaíba. Nos dois primeiros, avalia Thomas Sena, houve avanços. “Mas, nos últimos mandatos, a coisa ficou muito ruim. Nossa cidade vive uma guerra civil. São 600 pessoas mortas de 2013 para cá, desde o início da nova gestão do prefeito”, reclama.

Thomas, que exerceu três mandatos de vereador em Macaíba – sendo presidente da Câmara Municipal em quatro oportunidades (neste caso, o mandato é de dois anos) –, opina, ainda, que a gestão de Fernando Cunha não tem uma “marca”. “Em 16 anos, ele não tem uma obra”, afirma.

O prefeito de Macaíba tem destacado que uma das principais marcas de sua gestão é o controle das finanças, enquanto vários outros municípios potiguares enfrentam dificuldades orçamentárias. Na gestão atual, salários e fornecedores têm recebido em dia, à exceção de atrasos pontuais em contratos. “Isso é obrigação de qualquer gestor público”, diz Thomas.

Agora RN