Brasileiros temem mais covid-19 que impactos na economia, diz pesquisa

Um levantamento realizado pela equipe de estudos econômicos da BRAIN Inteligência Estratégica mostra que 43% dos brasileiros estão com mais medo de contaminarem um familiar com covid-19 do que dos impactos da economia causados pelas estratégias de prevenção da doença. Já para 31%, a economia é a maior preocupação nessa pandemia. O receio de se contaminar segue em terceiro lugar, com 26%. A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 30 de abril e mostra que a pandemia em geral é uma forte preocupação para 78% dos brasileiros.

A crise econômica no Brasil é a principal preocupação em três recortes trabalhados pela consultoria na condução do levantamento: homens (37%), participantes mais ricos (36%) e para pessoas acima de 50 anos (41%). “O fato de entrevistados de renda alta apresentarem índices menores de preocupação classificada como extrema em relação à economia pode estar associada às melhores condições que eles possuam para o enfrentamento da pandemia em si”, afirma Fábio Tadeu Araújo, economista e sócio-diretor da BRAIN. 

Tadeu explica que os mais jovens não se preocupam tanto em relação ao momento econômico por já estarem acostumados às adversidades econômicas e possuem maior atenção com a saúde dos próximos.“Os jovens estão muito mais preocupados em infectar alguém da família e possuem bem menos preocupação consigo mesmo por saberem que terão mais tempo pela frente”, pontua. No que diz respeito à relação saúde e trabalho, avalia, a situação é mais delicada: “Quem está numa idade a partir dos 50 anos, além de ter medo de contrair a covid-19, está mais vulnerável a ter outras doenças como diabetes e questões cardíacas. Com isso, a recolocação no mercado de trabalho fica mais complicada”.

A pesquisa ainda revela que, sobre o auxílio emergencial de R$ 600, 43% alegaram interesse de se cadastrar no programa, sendo que, destes, 51% têm até 30 anos. “O motivo de serem os jovens a pedir esse auxílio é que, em geral nas crises econômicas, eles são os primeiros a serem demitidos por ter menos experiência e capacidade técnica acumulada do que pessoas um pouco mais velhas”, explica Fábio. Além disso, 17% dos entrevistados precisarão de atividade remunerada após a pandemia e, entre eles, 26% dizem que devem buscar o setor de vendas.

Correio Braziliense