A quinta fase da Operação Calvário prendeu na manhã desta
quarta-feira (9) o secretário executivo de turismo da Paraíba, Ivan Burity,
suspeito de integrar a organização criminosa que desviou R$ 1,1 bilhão em
recurso públicos para a saúde e educação no estado. Estão sendo cumpridos 28
mandados, sendo três de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão, na
Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Alagoas. O diretor administrativo
do Hospital Geral de Mamanguape (HGM), Eduardo Simões Coutinho, também foi
preso.
O objetivo da ação conjunta que reúne a PF, a PRF, o MPF
e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público da Paraíba (MPPB) é desarticular uma organização criminosa suspeita de
corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos em contratos firmados com
unidades de saúde e escolas.
Segundo os investigadores, a organização criminosa teve
acesso aos recursos públicos para gerir unidades de saúde em várias unidades da
federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.
Os mandados de prisão contra Burity e Simões Coutinho
foram emitidos pelo desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, Ricardo
Vital de Almeida. Em Alagoas, o alvo é ex-secretário estadual de Prevenção à
Violência, Jardel Aderico, exonerado em 2016 pelo governador Renan Filho (MDB),
ao ameaçar ingressar na política contra os interesses de seu padrinho político,
o ex-deputado federal Givaldo Carimbão (PHS-AL).
O secretário de Educação e da Ciência e Tecnologia,
Aléssio Trindade de Barros, e o ex-executivo da pasta José Arthur Viana
Teixeira de Araújo também foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta
fase da operação, investigados por suspeitas de dispensar ilegalmente
licitações.
Outro alvo é o Instituto de Psicologia Clínica,
Educacional e Profissional (Ipcep), organização social (OS) denunciada na
primeira fase da operação e que gerencia o Hospital Metropolitano de Santa Rita
e o Hospital Geral de Mamanguape.
Na Paraíba, foram cumpridos dois mandados de prisão
preventiva e 12 de busca e apreensão; no Rio, quatro de busca e apreensão; em
São Paulo, três de busca e apreensão, no Paraná, cinco de busca e apreensão; e
em Alagoas, um de prisão e um de busca e apreensão.
A primeira fase da Operação Calvário foi deflagrada para
desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira,
filial do Rio Grande do Sul, e em outros órgãos públicos, em dezembro de 2018.
Presa em outra fase da operação, a ex-secretária de
administração da Paraíba, Livânia Farias, delatou como supostamente funcionava
o esquema. E foi denunciada em setembro pelo Gaeco, que apurou que ela e os
servidores Gilberto Carneiro, Laura Farias e Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador
paraibano Ricardo Coutinho, foram coautores de crime, que causou um dano de
mais de R$ 49 milhões aos cofres públicos da Prefeitura de João Pessoa (PB).
Com informações do G1
PB
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